quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

O Que Há de Estranho em Mim (Gayle Forman)

Título: O Que Há de Estranho em Mim
Título Original: Sister in Sanity
Autora: Gayle Forman
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Ano: 2016
Avaliação: ★★★

 Britt é uma menina de 16 anos descrita como rebelde, embora não concorde; com uma banda, piercings, amigos, um pai que não é o mesmo de sua infância, uma madrasta que não a suporta e um meio irmão que ela não aguenta. 
Quando seu pai (segundo ela, influenciado pela sua madrasta) diz que vai levar para uma viagem de família e a leva sem sua vontade a um internato, sua vida vira de cabeça para baixo.

       Britt acaba descobrindo que a clínica na verdade era um reformatório e ao invés de estar em um local que curaria da "rebeldia" e a ajudaria a lidar com seus problemas, ela se depara com uma instituição regida por pessoas que acreditam que insultar, ameaçar, menosprezar os jovens seja a solução. Uma verdadeira terapia de choque, porém sem qualquer beneficio aos participantes enclausurados, que vivem como se tivessem cometidos delitos graves e não sofressem de depressão, bulimia, ou coisas comuns como ser gay, por exemplo.
     O processo nesse local era baseado em níveis portanto quem chegava era Nível Um, quem estava para ir embora era Nível Seis e tinha direito a várias regalias, como breves passeios e telefonemas para os pais. Conforme Brit ia subindo de nível - a contragosto, porque sabia que tinha que dançar conforme a música - ela conhece quatro meninas e logo se une a elas para dar um fim no sofrimento que estavam passando: Martha (a gordinha que outrora fora miss), Bebe (filha de uma famosa atriz), Cassie (gay que não gosta de ser chamada de lésbica) e V (uma garota misteriosa).
     O reformatório era um lugar horrível e todo cheio de falhas. Britt começa junto com as amigas a bolar um plano para fechar as portas dessa instituição e passa por poucas e boas nessas tentativas. Duas personagens aqui merecem destaque: a dra. Clayton (a "psicóloga") e Bud Austin, o Xerife, que controlava as TC, Terapias Confrontativas, que, em suma, eram quando as jovens se reuniam para humilhar umas às outras. Além disso, as jovens tinham que passar o dia empilhando blocos de concreto no calor infernal de Utah, onde ficava o local. E é nesse inferno que Gayle Forman nos presenteia com uma história de superação, amizade com uma pitada de realidade.
      O livro fala de temas pesados e a história por si só me fez lembrar do livro Garota Interrompida, outra história bem densa.
       Gayle Forman é mestra em criar personagens cativantes, e seu primeiro livro não foi diferente. É uma autora com capacidade de transmitir grandes mensagens de maneira simples, com um vocabulário e narração diretos, mas sem ausência de sentimentos.
      Gostei da evolução da história e dos personagens que faziam parte do mundo de Brit, achei que foram bem construídos, cada um com sua peculiaridade. O livro tem um toque de romance também, mas não é o foco da história.
        Gosto bastante da escrita da autora e esse foi o quarto livro dela que li. Apesar de não ter entrado pra lista de favoritos, foi uma história legal, apesar de um pouco pesada que trata de temas importantes e mostra como a amizade e união é essencial para se conseguir o que quer pois as personagens do livro fazem exatamente isso.
       O que há de estranho em mim traz uma mensagem bela e útil, para aqueles que não tomam o controle de suas próprias vidas.

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