domingo, 15 de janeiro de 2017

Caixa de Pássaros (Josh Malerman)

Título: Caixa de Pássaros
Título Original: Bird Box
Autor: Josh Malerman
Editora: Intrínseca
Páginas: 272
Ano: 2015
Avaliação: ★★★

    No livro somos inseridos num mundo pós-apocalíptico em que as pessoas não podem abrir os olhos. Sim, isso mesmo. Há inúmeras pessoas no mundo perdendo sua sanidade e se suicidando. A mídia diz ser culpa de “algo” que viram, capaz de fazê-las enlouquecer a ponto de se autoflagelarem até a morte.  Por esse motivo, todos vivem  trancados dentro de casa com cobertores nas janelas, usando venda nos olhos. Essa é a vida em “Caixa de Pássaros”, a única regra é: NÃO ABRA OS OLHOS – se quiser sobreviver.
       Em meio a esse mundo de pavor, conhecemos Malorie, que está grávida. Nossa protagonista se vê sozinha no mundo quando a única sobrevivente que conhecia, sua irmã, se suicida depois de olhar pela janela. Em busca de uma boa fuga, Malorie encontra um anúncio no jornal indicando um abrigo de proteção a todos que precisassem. E vai até lá a fim de investir numa última tentativa de sobrevivência.  

         Esse grupo de sobreviventes era composto por Tom, Cheryl, Jules, Félix e Don que recebem Malorie, mesmo preocupados com a criança que viria a nascer. A casa tinha comida enlatada, um poço, um porão e sótão seguros. Contudo, a higiene era mínima; talvez seu bebê simplesmente não resistisse num lugar tão inapropriado.  Mas havia mais ricos de se morar em grande número de pessoas: os deslizes. Era preciso somente uma venda cair, um cobertor rasgar ou uma porta ser aberta para toda esperança se esvair.
        O livro é alternado entre passado e presente. O passado é a Malorie contando sobre quatro anos atrás, quando fugiu grávida até essa outra casa de sobreviventes depois que sua irmã morreu. No presente, encontramos Malorie fugindo de novo pra um lugar seguro, segundo ela. Junto com seu casal de filhos, todos de olhos vendados, ela pega um barco e rema mesmo sem enxergar nada, contando com os ouvidos atentos dos filhos. Conforme a história avança, entendemos o que aconteceu com os outros sobreviventes da casa e para onde Malorie está indo agora. Essa alternância de cenários, tempo e personagens auxiliou muito para que o livro não ficasse desinteressante, monótono e pesado. Pisar em um capítulo no presente, e, no seguinte, no passado aprofundou e concretizou ainda mais a história. 
      Nesse livro é tudo muito rápido, o ritmo da leitura é constante e até meio que claustrofóbico. O tempo inteiro fiquei envolvida na leitura e querendo saber que criaturas são essas que levam as pessoas ao suicídio. O clima de desespero e medo só aumenta em cada página, pois existe uma ameaça invisível e ninguém pode tirar as vendas ou olhar para fora para descobrir o que é. O autor explora um mundo diferente do que estamos acostumados a ver como “terror”. Nada de apocalipse zumbi ou extraterrestres, Josh explora o mundo da escuridão, dos ruídos, dos sussurros e barulhos e isso por muitas vezes me deixou apreensiva e com medo. 
     A narração sem dúvidas foi um ponto importantíssimo em Caixa de Pássaros. Este livrou provou que a narração em terceira pessoa deixa a história tão emocionante e tocante quanto a feita em primeira pessoa.  O autor soube representar o desespero, o devaneio e a loucura perfeitamente através de suas palavras. 
      A ideia de criar um universo desses foi muito bem pensada, pois eu nunca tinha lido nada igual. Porém o final do livro foi bem decepcionante pra mim. Se você é como eu, daqueles que gostam de um final revelador, em que tudo fica esclarecido, provavelmente vai se decepcionar também. Eu esperei por algo que não chegou, talvez por uma conclusão e não foi isso que tive. Josh não nos apresentou sua teoria a cerca do “mistério” – simplesmente deixou aberto sugerindo uma possível continuação. Outros detalhes também não foram explicados e talvez isso tenha sido proposital. Espero realmente que o autor tenha a intenção de prosseguir nesse mundo apocalíptico, pois há muito que trabalhar nele. Só espero que a continuação não estrague a história toda.
      A maioria das pessoas ou amaram ou odiaram esse livro e eu, por incrível que pareça, fiquei num meio termo. Achei a história boa, o intuito do livro foi atingido, a ideia e a construção da história foi muito bem pensada, porém não foi tão aterrorizante como promete e o final realmente, pra mim, deixou a desejar.
     É uma história que vale à pena para quem gosta do gênero, porém não é o melhor thriller/livro de terror do mundo.

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