Será mesmo
que tudo precisa de uma definição? Andei pensando sobre isso e percebi que na
maior parte do tempo estamos procurando palavras para descrever um objeto, uma
pessoa, uma relação, um sentimento, ou qualquer substantivo próprio e comum que
possa imaginar. Sem direito à defesa tudo sempre acaba sendo sujeito à meras
palavras ou pensamentos restritos.
Vamos
estudar literatura. Pegue cinco livros diferentes e pense em uma característica
de cada um deles. Em minha mente está passando: drama, ação, suspense, romance
– que, por sinal, também é dividido, e consigo me lembrar do romântico, do
regionalista, do urbano, do naturalista e do realista – mas todos tem uma
definição. Por que não poderia ser só um livro? Por que não o define
simplesmente pelo nome e a sinopse? Por que às vezes eu escrevo ou leio um
texto e não faço a menor ideia de que gênero ele faz parte e isso não interfere
de jeito nenhum na interpretação.
Agora
vamos refletir sobre a vida. Pense em cinco pessoas. Eu me lembro do meu
namorado, – que namorado? Socorro, só finge – da minha melhor amiga, do meu
colega, da minha amiga mais afastada, do meu primo que eu só gosto mais ou
menos e... pronto, tem cinco. Eu não consegui nem mesmo citá-los sem descrever
a relação, mas por que necessariamente eu tenho que dizer que aquela garota é
minha melhor amiga “para sempre”? Só porque eu passo a maior parte do meu dia
com ela e a gente conta tudo? E as outras? São menosprezadas? Daqui a uns anos
ela pode nem ser mais minha amiga mais próxima, mas existe essa necessidade de
classificar o nível da relação, e fazemos tanto isso que parece ser o mais
normal do mundo... talvez seja. Às vezes eu estou saindo com um garoto, mas eu
tenho vontade de parar quando percebo que ele começou a tentar definir, por exemplo,
quando surgem perguntas do tipo: isso é o que? A gente tá só saindo? Tá
ficando, tudo bem, mas e aí? A gente tá namorando? Não, espera, eu não sei, e
também não estou nem aí, eu só sei que eu estou me divertindo e parece mais
complicado definir esse lance como algo sério porque se por algum motivo eu
quiser cair fora, vai ser mais difícil, e vai doer mais. Tá, é desculpa de
gente que não quer namorar por pura preguiça, desculpa de quem não quer nada
sério, mas não é lei da vida que precisamos enrolar tudo em rótulo de mercantil
pra vender imagem, é? Eu mesma me pergunto o que estou sentindo às vezes, mas é
torturante não saber, é melhor simplesmente sentir.
Acho
que as pessoas recorrem às palavras para entender melhor o que sentem ou
pensam, por fim acho que é muito importante posicionar-se em certas situações
para ter uma opinião menos influenciável, ou não expressar-se diferente centena
de vezes sobre um mesmo assunto. A questão é que, apesar disso, existem casos nos
quais podemos simplesmente ser livre e deixar que a vida defina-se sozinha ou
não defina nada e continuemos felizes, porque ao nos apegarmos a certos pensamentos,
sabemos muito bem que fica mais difícil ainda mudá-los. Pense bem sobre isso.
Adorei o texto :3
ResponderExcluirFicou muito bom, sério msm :3
Vdd q damos rótulo a Td, mas as vezes é angustiante não saber explicar/ expressar algo, e daí vem os rotolos...
Mas sou contra rótulos de mal gosto ou ofensivos, como os rotolos feitos por pesoas preconceituosas ou ignorastes de mais para repensar uma opinião...
Mas há sempre um modo positivo de encarar as coisas...
Como Shakespeare disse "o que se chama Rosa, mesmo com outro nome teria o mesmo perfume."
Enfim,
Parabéns
Bjsss :*
Meu blog: simplyonestory.blogspot.com
Raquel, muito obrigada pelo elogio, que bom que se identificou. Espero que continue lendo quando eu postar de novo, olharei seu blog ;D
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